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Estados Unidos devem acabar com prática desleal que tira caminhoneiros autônomos das estradas


Imagem de Road Legends

Caminhoneiros norte-americanos já tinham uma visão contrária aos conhecidos contratos de leasing, uma modalidade de compra de caminhões feita entre os caminhoneiros autônomos e grandes empresas de transporte. Nas redes sociais, esse tipo de negociação era considerada uma armadilha para os mais desavisados. Agora, um conselho federal diz que esses contratos devem ser proibidos.

O contrato de leasing realizado entre empresas e motoristas operadores (autônomos) permite a compra de um caminhão novo pela empresa, que é cedido ao motorista. Todos os meses o motorista paga parcelas para a transportadora, como se fosse um aluguel. No final do contrato, o motorista pode pagar o valor restante e ficar com o veículo, ou devolvê-lo à empresa, e é aí que fica o problema.

Na maioria dos casos, mais de 90%, o motorista autônomo paga o caminhão para a transportadora nas parcelas mensais, e no final não consegue pagar o valor faltante, tendo que devolver o veículo.

A Administração Federal de Segurança de Transportadoras Rodoviárias (FMCSA) criou um comitê para analisar esse tipo de contrato, e o relatório final diz que essas operações causam danos financeiros generalizados aos motoristas autônomos, não devendo mais ser permitidos.

O Conselho Consultivo da Truck Leasing Task Force (TLTF) da FMCSA analisou a situação por quase dois anos, e agora sugere que o Congresso dos Estados Unidos aprove uma lei para proibir a operação.

O comitê destacou no relatório que a maioria dos contratos tem duração de 3 a 5 anos, mas que “poucos motoristas sobrevivem financeiramente até o fim do prazo de um contrato de leasing”. Na verdade, a TLTF apontou dados sugerindo que “menos de 1 em cada 100 motoristas que participam de um contrato de leasing com compra futura acabam se tornando donos do caminhão”.

A propaganda das empresas de grande porte que atuam nesse segmento diz que essa é a melhor forma de comprar um caminhão zero km e se tornar dono do bem em pouco tempo, mas a realidade é bem diferente.

Para o TLTF, esses programas exploram motoristas de caminhão para beneficiar transportadoras, sem muitas opções de recurso para os motoristas que são prejudicados financeiramente.

Além dos custos, os caminhoneiros que se inserem nesses programas acabam ficando “reféns” das transportadoras, que os obrigam a trabalhar nas cargas de forma engessada, o que reduz demais o faturamento dos motoristas. Para o TLTF, esses programas são usado para “enriquecer as transportadoras às custas dos motoristas”.

No final do relatório, de 51 páginas, o comitê pede que essas operações sejam banidas dos Estados Unidos, por meio de uma lei federal.

Para eles, além dos problemas financeiros, o leasing acaba tirando motoristas qualificados das estradas, o que aumenta o problema de escassez de motoristas.

Entidades que representam motoristas autônomos, como a Owner-Operator Independent Drivers Association (OOIDA), emitiram notas apoiando as medidas propostas pelo TLTF, dizendo que os contratos de leasing são “predatórios” deixando os motoristas financeiramente e emocionalmente quebrados.

Com o relatório da FMCSA, em pouco tempo o Congresso norte-americano deve agir nesse sentido, e acabar com a prática por lá.

© 2024 FENATAC.

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