Por Portal Be News
Atualizado em: 4 de fevereiro de 2025 às 14:42
Yousefe Sipp
Representante de Associação disse que as altas são justificadas porque o insumo não sofreu readequações em 2024
Renato Voltaire Araújo, diretor operacional da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT), disse que não haverá reação contrária do setor logístico, como uma possível greve, frente aos recentes aumentos nos combustíveis. Especificamente o diesel teve dois reajustes no preço de refinaria para as distribuidoras no último sábado (1º).
Em entrevista para a Rede Be News nesta segunda-feira (2), Renato apontou que o anúncio da Petrobras sobre as altas na comercialização do diesel para os revendedores, e o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual sobre o preço do combustível em R$ 0,06, são justificados porque o insumo não sofreu readequações diante dos indicadores econômicos de 2024.
“O diesel não tinha aumento há mais de um ano e então é admissível que tenha um reajuste que veio compatível com a inflação no período”, afirmou. “Não vemos, repercussões de desequilíbrio da economia ou outras catástrofes do gênero.”
Araújo explicou que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está acompanhando a situação e, como o combustível representa, em média, 32% do custo do frete, haverá um reajuste na faixa de 2%. Ele também destacou que, com a expectativa de que o preço na bomba ultrapasse 5%, a Lei do Piso Mínimo obrigará a ANTT a publicar uma nova tabela de custos mínimos.
“O reajuste feito no diesel não justifica uma paralisação/greve de motoristas, dado os decorrentes ajustes de remuneração que poderão ocorrer com a nova tabela de fretes da ANTT, que deverá ocorrer por volta do dia 15/02″, detalhou.
Cadeias produtivas
Um levantamento realizado pela Fundação Dom Cabral no ano passado indica que 62,2% do transporte de cargas no Brasil é realizado pelas estradas. “O frete é cerca de 70% do custo logístico e naturalmente haverá alguns impactos nas cadeias produtivas. Muitas delas absorverão o aumento e outras farão repasses para os preços finais. De toda forma, mas não caberão aumentos especulativos”, disse Renato.
Alguns setores, como alimentos e bebidas, indústria, agronegócio e comércio varejista, são particularmente sensíveis a variações nos custos de transporte. A expectativa da ANUT é que as empresas consigam se ajustar sem repassar custos excessivos ao consumidor final.
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